Vessel - Twenty One Pilots

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Escutar Vessel dói fisicamente. Quase como escutar qualquer uma do Keane. Me transporta diretamente pra 2020, uma Cláudia desesperada por manter os escombros de uma construção intactos. Houve muito sofrimento naquele ano, e eu tentei de formas desesperadas me manter de pé. Cometi muitos erros tentando acertar, e acertos que pareciam erros. Mas o álbum não me faz mal, quem faz isso sou eu mesma. Ele é lindo, de uma banda que eu amo como se fosse um lar, e por isso sigo escutando ele como que para manter todas as Cláudias que existem, juntas. Mesmo as partes do qual eu tento desviar o olhar como quem passa por um acidente de trânsito.

Vessel
Twenty One Pilots, 2013
Disponível em Spotify.
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Wake Up - Olivia Wilde

quinta-feira, 11 de maio de 2023


Vi esse curta da Olivia Wilde hoje e como eu gosto do trabalho dela! E achei que é um respiro, uma forma de a gente refletir sobre o uso que a gente faz das redes. Sei que muitos criticam quando alguém diz pra sair da internet, e concordo que não tem mais como a gente estar 100% fora dela, mas acredito muito no equilíbrio, e sei o quanto é difícil construí-lo. Mas que tentemos e nunca nos esqueçamos que, dentro ou fora da tela, o que realmente importa são conexões sinceras e profundas. Sobre o curta, a Margareth Qualley é a maior dessa geração e a minha favorita. Tudo o que ela faz ganha peso. Imperdível, sempre!
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"Eu so patetica"

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Dias atrás eu entrei em crise, por causa de uma corrente do Instagram. Foi aquela mesma dos personagens com a sua energia. Uma coisa que preciso dizer sobre essa corrente é que nunca pensei em mostrar as qualidades dos personagens como a representação de quem sou. Era sempre guiada pelos defeitos, tipo o Chidi(com quem muito me identifico), de The Good Place, que é uma pessoa tão perfeccionista que muitas vezes trava por medo de fracassar(fico apavorada só de escrever essa palavra). Então, não era sobre ser 100% o personagem, mas sobre algumas características que eles tivessem que me fizessem sentir representada. E pensei logo nos defeitos. Por que se tem uma coisa que eu sou, é exigente comigo mesma e sempre acho que tô fazendo tudo errado, então é mais fácil elencar minhas imperfeições, sempre! 

Só que a primeira personagem que me veio a cabeça de colocar na minha lista foi a Fleabag. Se você fizer uma busca com o nome dela no meu perfil do twitter, vai me ver umas três vezes, no mínimo, comentando esse fato. Era uma coisa que eu confidenciava pro meu seleto grupo de seguidores com um pouco de vergonha, mas com muita sinceridade. E nunca vi ninguém falar isso na minha bolha, então eu realmente achava que tava passando vergonha na internet, que é algo que faço bastante. Nunca quis parecer legal quando falei sobre isso, porque eu definitivamente não sou legal. Não sou engraçada e espirituosa como ela, pelo contrário, sou séria demais. Mas tem uma coisa que eu sou demais Fleabag: perdida. Tudo que ela apronta é muito algo que eu faria. Eu amargaria lutos consecutivos como uma penitência. Teria daddy AND mommy issues. Sofreria com todas as lembranças da minha melhor amiga "suicida". Me apaixonaria pelo padre e alimentaria esse sentimento só pra me ver falhar em mais uma coisa. Não haveria controle pros problemas que arranjaria pra mim mesma(e há? #questões). Autodestrutiva, autossabotadora. Ninguém me ensinou a controlar. Aliás, é o contrário: me ensinaram tanto a me conter, me reprimir, me disseram tantas vezes que eu era "geniosa demais" que eu meio que virei um buraco negro. Não consigo mais me segurar. Tão intensa que nada me escapa, não sobra espaço pra refletir. Não quero mais perder nada, quero sentir e viver tudo. Também não vou fazer disso um momento de mea culpa em que percebo que não posso mais viver desse jeito e que vou me esforçar pra mudar, porque não vai adiantar. Talvez um dia eu consiga mudar isso, mas não vai ser hoje, nem amanhã. 

 Então ser a Fleabag, pra mim, era admitir que eu cometo muitos erros(mesmo que com algum carisma), admitir que sou muito humana, uma pessoa meio merda. Mas então apareceu uma, duas, dez pessoas se identificando com ela e eu entendi o recado: era bonito se identificar com a personagem! Aquilo me chocou demais! Dou um sorriso enquanto escrevo isso. Como somos patéticos, né? Entrei numa espiral de: se a visão que tenho de mim mesma é distorcida e a visão dos outros sobre mim também o é, QUEM EU SOU? Não posso com essas coisas muito filosóficas porque eu começo a viajar demais. Na época da faculdade, tive um semestre de filosofia e foi um sofrimento. Odiava as aulas, jurava que estava atrás de todo mundo porque nada fazia sentido, mas sempre tirava as melhores notas. O que prova que eu sou viajada demais mesmo, não é nem tipo. Tava me achando toda especial, o alecrim dourado, única(mas sem arrogância alguma, por favor, entendam), e pra quê? Ter um personagem que tem muita a sua vibe não é nada. Não tem uma lição aqui, apenas que no fim das contas, ninguém quer parecer comigo, e só eu pareço comigo mesma. Só eu tenho a minha energia em 100% do tempo. Então isso tudo é pra concluir que essas porcarias de correntes acabaram pra mim(ou não, porque como vocês leram nesse texto, eu tenho umas atitudes meio merdas mesmo e segue em frente, né?)
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