Ser do mundo, ser do interior

terça-feira, 13 de maio de 2025


Meu pai era um homem da natureza. Ele buscava sempre esse contato, nas férias em família nunca havia a opção de ir pro mundão, era sempre pra cidades menores, próximas, do interior do Pará. Mesmo quando em Fortaleza, em que moramos por um breve tempo, tenho lembranças, mesmo tão pequena, das estradas cheias de mato e casas humildes vez em quando. Ele era claramente um homem do interior.

Eu já sempre pensei que era alguém da cidade grande. Me chamava mais atenção e desejo as facilidades da vida do que estar em lugares em que o básico já é tudo. E talvez eu seja mesmo essa pessoa da cidade, pois foi onde me criei e usufrui das particularidades, mas esses tempos, coincidentemente quando em Fortaleza novamente, que me puxou mais pro interior, ou ao menos à praia, que era um lugar não tão bem quisto por mim, isso mudou um pouco. Me criei nas praias, sejam as de Fortaleza, sejam as de rio, em Belém. Meu pai era cria da praia, morou grande parte da vida no Marajó, um lugar cercado por água, já que é uma ilha. Eu fui criada na praia mais por esse amor dele pelo lugar do que por minha própria vontade e passei grande parte da vida adulta fugindo do sol & mar, meio que me sentindo exaurida desse ambiente, já que toda e qualquer oportunidade, lá estávamos nós na praia. 

Quando alguém falava em praia, eu já declinava, "não, obrigada". Então agora morando em Fortaleza, retornando ao meu lugar de nascimento, tenho sentido um amor indescritível por praias e pela ideia de singrar o interior. Não tenho nenhum desejo em conhecer a "América", ou mesmo a Europa, apesar desse segundo me chamar mais atenção, só que ando sonhando mais em conhecer a cadência local de sol & mar, as cidades menores. Soube que tem, no interior do Ceará, locais que tem clima de serra, faz frio! Que sonho estar no Ceará e precisar vestir casaco, tomar um chocolate qunte e sentir um clima bem mais ameno que o calorzão pelo qual o estado é conhecido. O melhor de dois mundos, não é? Então que agora me descubro uma grande apaixonada por essa seara que, por um bom tempo, eu fugi de ter contato. 

Acho que a idade vai trazendo essas novidades na gente, que nem imaginamos ser possível. Se alguém me dissesse, em 2020, que em breve eu estaria morando em Fortaleza e desejando uma vida no interior, diria que a pessoa só podia não me conhecer minimamente. Parece que, no final das contas, a gente também vai se (re)conhencendo com o tempo. E que bom que cabe tantas gentes aqui dentro.
Leia Mais