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Mas sem o bom, também, a vida fica vazia. Entristecida. Nem uma folha balançando ao vento resiste a tanta amargura. Você olha e não vê nada. Quando olho uma folha balançando ao vento, isso me alegra. Porque percebo que o mundo é muito maior que eu, que meus problemas, que meus medos.
Eu tô sempre olhando pro céu, não em busca da lua, mas porque pra além do céu existe um Universo imenso, que me faz sentir pequenininha. Imagino as estrelas brilhantes num infinito escuro, os buracos negros engolindo tudo, sedentos de se preencher, onde eu sequer existo. Eu amo me sentir assim. Porque se eu sou tão pequena, meus problemas também são. Eles não importam pras galáxias distantes. Eles não importam nem pra nossa própria galáxia.
Aí eu sinto que vai ficar tudo bem e isso me acalma. Me dá esperança. Me coloca no meu devido lugar. É reconfortante saber que eu não sou o centro do mundo, só do meu próprio. E que a grandeza dele sou eu que determino. Então o bom até que vale a pena. Sempre que eu sentir medo de que algo bom aconteça, vou olhar pro céu e me sentir pequenininha, pra finalmente, ser gigante.
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